segunda-feira, 31 de julho de 2017

Home, sweet home

Primeiro dia oficial de férias, sem aula, "sem trabalho"
acordo tarde, depois das 09:30. Me arrasto preguiçosa pela casa
tomo café vagarosamente, respondo mensagens no facebook
curto fotos no instagram e por fim, jogos algumas partidas no jogo que gosto.

Olho para o relógio e vejo que se quero almoçar na faculdade, preciso ir indo
a grana ta curta e faz bem usufruir de um dos poucos benefícios que ainda não foram tirados de nós por lá..
Vou caminhando de boa, são 20 minutinhos de onde moro até a Ufes. 

Vai tudo indo bem.. até que com 5 minutos andando cai uma baita chuva. Abro o guarda-chuva e cogito pegar o ônibus até a facul.. mas ai lembro que da grana curta no mês e que já to quase na metade do caminho. Continuo andando e chego la com os tênis e canelas molhadas.. mas ainda ta tudo bem. É só um pouco de água XD

Bora almoçar. O cardápio não é o mais variado do universo. Já não temos suco, nem sobremesa. Vou sentar sozinha provavelmente.. ou não. Encontro um grupo de colegas de curso em uma mesa, já acabaram de almoçar, só que decidem ficar comigo. Vou ter companhia e algumas risadas pra refeição

Ando pela Ufes, resolvo burocracias. Entro e saio de copiadoras, colegiados e laboratórios de informática. Resolvo quase tudo que quero. Volto andando, de novo, pra casa. Mas ta tudo bem, ta um sol lindo e vou chegar seca em casa.

Chego no apartamento e lembro que preciso limpar algumas coisas. Esfrego o banheiro, tiro o pó do computador, dos livros, da mesinha onde fica minha maquiagem. Empurro o gato que quer deitar na vassoura, e no pano de chão, e na pilha de roupa suja, Tem pêlo de gato pra todo lado e como diabos tem marca de patas na parede da cozinha de novo.

Termino tudo e paro na cozinha. Encho uma caneca de café, ponho leite e me sirvo de pão
Me sinto feliz, 
na minha casa, com meu chão recém-limpo e meu gato gordo deitado ao lado
Mais um dia se passou. E tenho certeza que isso é um lar pra mim. 



quarta-feira, 19 de julho de 2017

It's gonna be better tomorrow

Eles vão te atirar no chão
e você irá levantar
dolorida, se sentindo menos querida
menos amada, menos importante
mas você vai se levantar
e quando fizer isso encontrará algo
uma parte de vocês tão forte, mais tão forte
que por ela, será capaz de se levantar sempre

quarta-feira, 21 de junho de 2017

Abro no fecho

Sou como uma fechadura
uma tetra de quatro voltas
para me trancar completamente
não é difícil, é relativamente simples
é só girar no sentido certo
a quantidade de vezes necessária

de certa forma, eu me fecho assim
um pouco, todos os dias
e uma parte de mim já não se importa
porque quem move a fechadura
é o mesmo que questiona
quando ela cerra por completo


Lá no fundo, uma parte de mim
queria manter a porta sempre aberta
mas a chave continua girando
quando estou lá pelo outro
mas para mim nunca estão
então, eu só sigo fluxo, ele me move
porque o abrir ou fechar, vai continuar

sábado, 17 de junho de 2017

Quando me disseram não

Quando me disseram que eu era desajeitada e pouco feminina, eu encontrei um universo onde era aceita com minha presença e força, e onde ser delicada não era tão necessário
Quando me disseram que eu não devia cantar, porque minha voz era estranha, eu não aceitei. Eu estudei e busquei caminhos, eu me expus e subi ao palco, tantas vezes quanto as necessárias para o encontrar meu próprio som, meu próprio timbre
Quando me disseram que eu não era bonita ou atraente, eu me cerquei de pessoas que me nutriram de carinho e mostraram que há varias formas de beleza e que algumas delas, estão dentro do peito e não em uma face
Quando me disseram que eu nunca seria nada, eu sofri, mas deixei as palavras me transpassarem. E num outro amanhecer, num outro, dia, elas já não machucavam mais. Eu cultivei meus sonhos e fundamentei meus objetivos passo a passo, enquanto outros diziam que não daria nada certo
Quando me disseram que eu jamais seria amada, que não, eu não teria um companheiro. Eu ri. Ri a ponto de gargalhar. Porque encontro uma contraparte de mim em cada livro em que me debruço. Em cada historia que destrincho e abraço. Em cada linha que escrevo, tenho uma companhia eterna e imaterial.
Nem todos os amores são feitos de carne e osso
Nem todas as vidas, são resumidas a alianças e um altar
E nesse vem e vai
quando me dizem que não posso chegar até lá
eu encontro um desvio pelo caminho
traço um rota e designo
que eu não pertenço mais a um lugar
afinal, além de onde estou, é sempre algo a almejar