Quem eu sou
nunca terei certeza
seria mentira se afirmasse
que nunca fiz planos sobre
mas as minhas indagações
e cuidadosos planos
nunca se consolidaram
da forma que se esperava
havia sempre curvas no caminho
havia sempre um desvio,
uma tênue inclinação
que as vezes me conduzia
a um abismo.
Quem eu fui
é uma questão ainda mais seca
porque muito embora esteja presa
ao que já foi feito e sido
a visão de mim é construída alheia
na mente dos que me rodeiam
e que por vezes não me
tem em seu coração
ou verdadeiramente me atem
em qualquer afeição
já me deram muitas mascaras
muitas caras, me falaram
outras de mim que criaram assim
Quem eu possa ser,
é um suave mistério escrito no tempo
nada ainda totalmente determinado
nada ainda muito fechado
só meu cerne, aquilo que guardo
no meu peito e mente abraçados
que verte algum bem
e que a longo prazo
nutre a quem serei, o que vem
até lá, sigo me inebriando
entre drinks e devaneios
versos e galanteios
sendo mais superfície rasa
do que profunda expressão vazada
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