segunda-feira, 2 de novembro de 2020

Frustração

 



Eu a sinto.

No dia de hoje ela é intensidade

Antes, foi o outro lado da liberdade

Estagnada nesse momento

sou amordaçada por essa sensação.

o respiro falha junto a pulsação

Sufocante é esse meu lamento,

é tempo de adversidade

é tempo de saudade. 

sexta-feira, 25 de setembro de 2020

Oficina da Palavra escrita ao texto publicado: mini-curso de processos de escrita online

 




tenho novidades para vocês
No primeiro semestre, fui contemplada pelo Edital Emergencial da Cultura que foi aberto pelo @secult.es para a realização da minha primeira oficina virtual de escrita literária
A Oficina "Da palavra ao texto publicado" irá articular dois momentos: as videoaulas que serão veiculadas no canal do youtube da secretária estadual: https://www.youtube.com/user/Secultespiritosanto
O primeiro episódio da está no video "Semana Cultura Conecta Palco Pontões - Literatura" que foi postado ontem, dia 24 de setembro, já disponível no canal!
Link para o 1º episódio da Mini-oficina de processos de escrita: https://www.youtube.com/watch?v=iSDboLbJobk
A segunda parte da oficina será uma proposta de produção coletiva de um livro no Wattpad
Então, se vc tem vontade de começar a escrever e gostaria de dicas, orientações e da experiência de participar da escrita coletiva de um livro que será disponibilizado gratuitamente na Wattpad, deixe seu e-mail nesse post e participe dessa vivência literária que estou desenvolvendo nas próximas semanas
Amanhã, as 15:00, irei realizar uma videochamada na plataforma Jitsi onde darei mais informações sobre a proposta de escrita coletiva e farei comentários sobre o mini-curso e sobre dúvidas a respeito de como começar a dar seus primeiros passos como escritor!

Link para o bate-papo de amanhã: https://meet.jit.si/IdaBorchardt





sexta-feira, 7 de agosto de 2020

A conformista

 

Seja dócil
Não questione, 
Não peça para não ser interrompida 
não demonstre que está chateada
Não reclame!
Ninguém te aguenta mais
Não externalize, não critique
Não tente ajudar
Cale-se
Pense positivo! Anda!
Não fale mais nada
Você só uma mina qualquer
Já lavou as louças hoje?
Não fale de mim
Sufoque na sua própria angústia
Se veja sendo censurada até o ar lhe faltar
Adormeça sobre suas lágrimas e perceba
Ninguém se importa.
Desapareça aos poucos.
Enfim, desista.




Meu coração tem sido quebrado

A cada semana dessa pandemia

limitada ao espaço do meu lar
assisto pela telas e mídias
uma certa crueldade a se instalar

Se já não bastasse a dor de tantas vidas
partidas por uma doença algoz
vejo pessoas atacando umas as outras
sem se tocar que estamos todos no mesmo "nó"

Da moça que morava nas ruas queimada
ao idoso com comida de cachorro "alimentado"
os tiros que tantos jovens nesse caos acertaram
ao menino que do prédio caiu ao ser escorraçado

Enquanto uns gritam que tem direito
de não usar máscara e de livremente circular
a morte nos presenteia em cada esquina
nos obrigando a ela fitar

Muitos temem o amanhã e choram o agora
pois o ódio virou moeda corrente
Já que alguns vivem na rede social
ferindo com palavras livremente

Temo a cada nascer do sol
as noticias que o governo está a emplacar
os mortos que se acumulam sem rostos
os números crescentes que estampam os jornais

A violência e o sangue que lava o chão
Infelizmente já faz tempo que são uma realidade
em grande parte das nossas cidades
em que a polícia sobe o morro sem sanidade

Mas ver a fome voltando e por ela
tantas pessoas estarem em pranto
que só me resta catar os cacos que me restam
e tentar manter o coração pulsando, escrevendo

Eu choro lendo as notícias
nessa janela digital
com que vejo o mundo real,
do meu quarto frio e vazio,
meu (nosso) clauso atual

Sei que meus versos são inúteis
que minha poesia é de uma "vagabunda"
que ama balburdia e vive de ensinar
essa é nossa sina, artista sem glamour a falar

Meu coração tem sido quebrado
em tantos pedaços quantos as vezes que surto
choro, piro, grito nesse quarto vendo tudo
sem poder quase nada fazer,
só um amanhã melhor
profundamente, querer


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sábado, 11 de julho de 2020

Extensão


A morte me espanta
um findar sem continuação
soa como um livro que não terminou de ser escrito
A ideia de desaparecer completamente me sufoca
Assim, refletindo sobre tal cenário
vejo a materialidade desse corpo que habito se esvanecer a cada nascer do sol
enquanto meu eu se locomove ao longo de milímetros temporais
fujo do fim iminente de minha existência propagando minha imortalidade 

nas linhas que escrevo e carregam fragmentos de mim
deixo de ser substância e me torno possibilidade.
Na minha escrita,
hábito a eternidade.




sexta-feira, 29 de maio de 2020

Intensidade

Meu ser pulsa uma intensidade
que por vezes, assusta quem não está preparado
Sou fogo e fúria na mesma medida, 
que calmaria e paixão
tenho sido tantas versões de mim
todas elas embebidas nessa porção de energia
que há momentos que me perco e me assusto
por sentir que conheço tantos
mas estou ao mesmo tempo tão só
confinada entre as paredes da minha mente
Ainda assim, em meio a essa turbulência 
que me conecta aos meus vários "eus" 
se torna mais nítido que não busco só um "alguém"
Não quero algo que complete 
sou inteira e vibrante por mim mesma 
Busco um amante que me exploda, expanda
como o corpo celeste que o sou


sábado, 21 de março de 2020

sábado, 22 de fevereiro de 2020

Chama viva


Resultado de imagem para vela derretida


Uma vela derretida e apagada 
consumida, quase inutilizável
Essa foi minha forma
por um longo período de tempo.

Convivi com a falta
falta de amor, falta de zelo 
era apática, ferida
espancada e agredida

Não se via minha fronte 
ou se ouvia a minha voz 
pois a criança em mim
refugiava-se nas histórias

Criava mil realidades assim
onde em todas eu não era uma "refém"
onde viver era uma aventura
e não um tormento. 

Agora, eu queimo 
Pavio aceso, iluminando 
me conformei tempo demais 
em ser resto de vela 

Prefiro findar meus dias sendo chama
consumo minha existência 
vivendo e não só respirando 
preencho-me de calor e não dor 

Queimo o que me toca sem cuidado
aqueço quem me acolhe com afeto
Tenho o brilho de mil candelabros
no pequeno fogo que arde nesse corpo 

Me prostrarei somente quando 
minha essência enfim terminar 
Tal como vela que perece numa poça de cera
onde o pavio se apaga submerso ao final


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