Quando me disseram que eu era desajeitada e pouco feminina, eu encontrei um universo onde era aceita com minha presença e força, e onde ser delicada não era tão necessário
Quando me disseram que eu não devia cantar, porque minha voz era estranha, eu não aceitei. Eu estudei e busquei caminhos, eu me expus e subi ao palco, tantas vezes quanto as necessárias para o encontrar meu próprio som, meu próprio timbre
Quando me disseram que eu não era bonita ou atraente, eu me cerquei de pessoas que me nutriram de carinho e mostraram que há varias formas de beleza e que algumas delas, estão dentro do peito e não em uma face
Quando me disseram que eu nunca seria nada, eu sofri, mas deixei as palavras me transpassarem. E num outro amanhecer, num outro, dia, elas já não machucavam mais. Eu cultivei meus sonhos e fundamentei meus objetivos passo a passo, enquanto outros diziam que não daria nada certo
Quando me disseram que eu jamais seria amada, que não, eu não teria um companheiro. Eu ri. Ri a ponto de gargalhar. Porque encontro uma contraparte de mim em cada livro em que me debruço. Em cada historia que destrincho e abraço. Em cada linha que escrevo, tenho uma companhia eterna e imaterial.
Nem todos os amores são feitos de carne e osso
Nem todas as vidas, são resumidas a alianças e um altar
E nesse vem e vai
quando me dizem que não posso chegar até lá
eu encontro um desvio pelo caminho
traço um rota e designo
que eu não pertenço mais a um lugar
afinal, além de onde estou, é sempre algo a almejar
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