terça-feira, 11 de janeiro de 2022

Afetos advertidos





Tenho aversão a essa gente que não sente nada

Não se apaixona,
não se liga a algo ou alguém
Não demonstra e não sente falta
Rejeita as saudades, empurra os afetos
Nega sensações e emoções
Pessoas numa eterna competição pela neutralidade.

Gente que não tenta, não propõe
Tampouco se envolve
Não se arrisca e jamais se entrega
Gente que, erroneamente, parece planta,
Não se move, não fala, não discorda
Mas mesmo elas, as plantinhas, amigo
Ah! Elas sentem.
Murcham quando são descuidadas,
Se impõe rumo ao sol em busca de luz e calor
Com esmero, elas embelezam e se fortalecem

Gente que nada ama me dá nos nervos
Que exalta desapego como um baluarte
Quando, na real, tem medo
Medo de amar algo ou alguém
Da tentativa, da formulação do sonho
Do relacionamento ao tesão que nega
Gente que não pira nem inspira
Não late e nem morde
Gente que não vive, só respira e mal mal.


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