quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

Cheiro de papel e tinra


Aprendeu a acreditar em fadas 
e falar com os animais 
quando se percebeu incrível demais 
para ser suprimida em um mundo tão seco e cinza

Fez desejos as estrelas cadentes 
provou do pão élfico
atravessou labirintos e galáxias 
a cada vez que movia um marca página 

Se deslocando no infinito espaço tempo
contido dentro de um livro
Cavalgava cometas
e hasteava bandeiras piratas, rindo como criança

E novamente, novamente, novamente
perdida e encontrada nas linhas de uma narrativa
virou guerreira, vampira, bruxa e às vezes, só uma menina
uma metamorfose ambulante alimentada por pontos e linhas

Do início ao fim
do parágrafo que abre o capítulo a palavra que o finda
lá de volta, ela ia novamente, novamente, novamente
no mesmo lugar em que se encontram todos os Era Uma Vez....



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