Chuvarada que cai, leve embora esse embevecer
esse ardor desnecessário
essa presença, agora insignificante
esse erro persistente e insistente, que não nos agrega em nada
Não consigo ver as estrelas lá fora, pois chove dentro de mim
Tenho estado sedenta, constantemente inebriada
em poesia, álcool e devaneio
de contentar-se com pouco, pelo menos um pouco, de qualquer sentimento
Voltei para onde sentia que não devia voltar
e nas palavras estáticas, apagadas repentinamente
me reencontrei nos pingos que lavaram a minha alma
no cheiro da brisa...no som do mar revolto... do dia que nasce ...
Em algum lugar, aqui dentro de mim, as estrelas ainda brilham
bem no centro dessa carcaça mutável e deplorável
sob o céu ciano e as soturnas nuvens que cruzam o firmamento
Ao relento, num leito de pedra e areia, reencontro meu contentamento
Essa mortal, lavada e agora desperta
emocionalmente sentimental e não mais encantada
deixa o vento do litoral rasgar o confinamento
no alvorecer de novos acontecimentos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário