Meus dedos tocam o arco
o posicionando docemente sobre as cordas
meus dedos tocam o espelho negro
buscando o som harmonioso das notas
então desço o arco e movo
marcando e ligando, tocando
porém o som treme e oscila
com os batimentos fortes no peito
e essa respiração acelerada inflige
novamente angustiada, cesso o som
Mais uma manhã, mais um conflito
uma voz agressiva que grita, berra
ataca sem nem menos saber
o violino sobre o colo pesa
como os olhos que anseiam chorar
respiro e me recomponho
seco o úmido na face, me recomponho
tomo o instrumento que me acompanha
deixando o peito amolecer
deixando a música nascer
meu espirito não pode ruir
O que bate no peito
o que move o pulso, chama
em meio a multidão, desabo
sento e deixo vir, deixo lacrimejar
palavras ao longe me feriram
palavras ao longe me confortaram
posso enfim me mover,
buscar outro lugar
o que bate no peito é forte
tem a força de um martelo
Sou nascida de um castelo forte
filha de musas e poesias,
amante da canções e melodias
porém, também sou angustia
marcada pelo fel de desconhecidos
por palavras e ações de antigos amigos
mas o coração permanece a pulsar
chamando a mulher em mim a lutar
essa é minha sina e meu escudo
pois ao cair, maior se torna meu agudo
e mais profundo.. meu som, meu eu, meu tudo
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