Por anos eu desejei flores
e o papel de companheira, ser parte de algo
e não o de companhia quando convêm
esperei que minha essência fosse amada
que minha face, meu corpo, meu eu
enfim, fosse por alguém, no todo desejado
Aguardei pacientemente todas as fases
para ter minha estima inevitavelmente
abraçada em reciprocidade
mas sempre terminando solitária
deixada, trocada, não assumida
todo o meu afeto no final, desprezado
Acho que uma parte de mim,
não espera mais flores ou corações
ou sussurros ou promessas
acho que uma parte de mim
não espera mais nada
vindo de ninguém, em qualquer estação
Minhas expectativas de fieis amizades
quase foram apagadas, por eu não retorcar
minhas tentativas de paixão e amor
tornaram-se um mar de frustração
vou seguindo assim, me entorpecendo
em café, chocolate e fantasia, enlouquecendo
Não me resta nada
nem tentação, nem desejo, nem adoração
me sinto tão vazia, tão seca e frigida
que o único anseio que ainda mantenho por hora
e quero por hora, um amor que me traga agoras
que não me faça mais esperar por algo a me dar
Mas segue o baile da vida
mesmo que bailarina nem para dançar
consegue ter tempo mais,
só queria ter de volta seu boa noite
antes de na cama deitar
para pelo menos, em sonhos, voltar a se amar
Nenhum comentário:
Postar um comentário