quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Sobre os umbrais do ano que termina

Toma tuas vestes que já não usas, que não cabem
e encontre um novo destino à elas
faça o mesmo aos sapatos gastos e deteriorados
de tantos passos dados em 365 dias passados
desfaça-se do que não cabe, do que não mais te agrada


Organiza teus livros, limpe-os, sinta-os,
reposicione, reorganize: a estante, a mesa, o coração
Quantas histórias belas deixou de aproveitar
porque estava escravo de protelações e do ócio
toma aquele café forte, levante da cama que lhe suga
dispa-se da preguiça que domine: é momento de começar


Tire a poeira da quarto, da sala, da mente
metas: anote-as, refaça-as, anule-as que já foram
já não passou de hora de terminar algo?
reflita sobre o que passou, é experiência
o agora, e os amanhãs que estão para vir
onde está aquela canção rabiscada, esperando a conclusão?


Venha, sente ao meu lado, toma uma gole
o café foi recém passado, a mesa logo será posta
A fartura de agora é a premissa da falta que chegará?
Ou a dúvida hoje é só um caminho para uma resolução
Não, obrigado, não aceito um trago.
Sirva-me uma porção pequena de esperança

Porque o ano está a acabar...



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