As vozes da floresta chamam
Por um canto lamurioso que nos narra
Pelos umbrais do passado percorridos
Das matas desbravadas e índios abatidos
Vidas perdidas em busca de lar a conquistar
Assoviando vens a esta terra chamando
Em tuas vestes brancas uma historia nos contar
Do nosso lar, nossas lendas a nos relembrar
De como um frade uma guerra parou
Ao mover uma rocha, na qual para sempre se sentou
Vens a cantarolar sobre os incêndios findados
Daquelas que pelas folhas a rastejar, o verde protegia
Cobras que ao fogo enfrentavam até apagar
Daqueles que pela escravidão não podiam celebrar
E suas faces com palha de bananeira tinham que ocultar
A luz do dia surge e já os sinto desvanecer
Só resta ao meu pássaro de fogo voar
E nas tuas mensagens entre o sol a me contar
Sobre um amor proibido e verdadeiro enfeitiçado
Sem toque ou fala, sob pedra confinados
Nesta canção de seres encantados
do pretérito momento de um povo a recobrar,
Eu como poeta, neste verso me revelo
Como Filha de Cariacica e dessa fonte me inspiro
na beleza dos contos, dessa terra de lutas sem par.
"Participei em 2016 com este poema do 4º Concurso estadual Semente Literária - João Bananeira, sendo uma das 95 selecionadas ao final, sendo publicada ao final no livro de mesmo nome do concurso. Foi uma experiencia muito bacana, porque nunca havia escrito nada sobre a cidade em que nasci e cresci, o que me levou a pesquisar e ler um pouco sobre mais sobre as lendas e folclore daqui: suas criaturas fantásticas e sobre lugares cheios de magia e histórias.."
Nenhum comentário:
Postar um comentário