Os aldeões a chamam de
princesa confinada. Os mestres, de beleza desordeira. Para o bardo que vos fala,
minha égide. Meu grão de pó de estrelas. Minha fada de terno esplendor. Presa
em sua gelada torre de pedra, cantando tal como os rouxinóis nas manhãs de
primavera. Não mais liberta para caminhar entre o povo, desde um desvio
indelicado. Uma tentativa frustrada de amar a um plebeu apaixonado. Trazida de
volta, aprisionada, intocável. Teu quarto é teu universo e minha privação
desolada.
Quanto a mim, o pobre
enamorado, resta o alaúde e a distância entre o muro e ti. Igualmente preso, sigo
a cantar. Declarando-me ainda por ti
fascinado, dia-a-dia compondo canção a canção à minha musa do sorriso
iluminado. Sobre as flores que desabrocham
e secam e os verões que se findam, dedilhando até que a força deixe meus dedos.
Cantando até que a minha voz e melodias sejam suas, até que meus olhos repousem
sobre os seus. Uma vez mais.
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