quinta-feira, 9 de março de 2017

A grant chant

Os aldeões a chamam de princesa confinada. Os mestres, de beleza desordeira. Para o bardo que vos fala, minha égide. Meu grão de pó de estrelas. Minha fada de terno esplendor. Presa em sua gelada torre de pedra, cantando tal como os rouxinóis nas manhãs de primavera. Não mais liberta para caminhar entre o povo, desde um desvio indelicado. Uma tentativa frustrada de amar a um plebeu apaixonado. Trazida de volta, aprisionada, intocável. Teu quarto é teu universo e minha privação desolada.


Quanto a mim, o pobre enamorado, resta o alaúde e a distância entre o muro e ti. Igualmente preso, sigo a cantar.  Declarando-me ainda por ti fascinado, dia-a-dia compondo canção a canção à minha musa do sorriso iluminado.  Sobre as flores que desabrocham e secam e os verões que se findam, dedilhando até que a força deixe meus dedos. Cantando até que a minha voz e melodias sejam suas, até que meus olhos repousem sobre os seus. Uma vez mais. 



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