A primeira noite é a da caçada. Onde as presas são laçadas e os observadores tentados a agir ou não. Na primeira noite do outono, daquele ano de chuvas intensas e frio constante, Nia foi levada a primeira vez. É o que contam os gatos castos, os que não se iludem em confusões e vivem de contar seus causos.
Para ela tudo era um sonho estranho, tendo miados e ronronados de plano de fundo do seu quarto. No cenário dessa confusão, uma pequena criança deitada na sua caminha de madeira perolada, envolta em sua manta cor de rosa e três intrusos peludos a observar da janela. Ai tudo aconteceu, sem demora ou aviso. Ele veio, o ser mal que não pode ser completamente visto. Envolto em sombras e segredos. Escorrendo por debaixo de portas, se arrastando na sujeira do chão. Sem uma forma a ser chamada, nada que não a fome daquela pequena vida consumir.
Os enfeitiçados e brilhantes olhos felinos virão impassíveis a criança sendo abraçada em desolação. E na penumbra do escuro quarto, precisavam decidir a que lado tomar. E assim, quando a bocarra sem presas se abriu, avançaram patas ante patas e se lançaram a atacar, A menina tinha sido escolhida e seria levada daquele lugar. Mas não pelo monstro faminto, que fora rapidamente ludibriado.
Naquela primeira noite de outono, quando os chuviscos caiam do céu e a lua não brilhava, uma menina de cabelo cor de musgo e olhos cor de cera da sua cama desapareceu. Contam-se que três persas desengonçados a carregaram voando pelas nuvens, perto das estrelas. E dizem que um labrador que viu tudo, dizem mas sei la.. poderia você acreditar nas palavras de um senhor babão biscoiteiro?
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