O fraco não aguenta o peso da verdade

Ele se curva e se esmigalha, incapaz de suportar

A força das palavras que desfazem a neblina.

 O forte, no entanto, fere-se e se prostra

Ante o peso das lágrimas e do verbo,

No entanto, ao final da tempestade

É capaz de vislumbrar o caminho que o libertará

Até de si mesmo.

Nada de importante, algo ainda não finalizado

Eu sigo a canção
Ela me diz: "deixe tudo para trás, deixe tudo para trás"
A melodia encanta, ressoa e dissolve
Ela me diz: "esqueça tudo, deixe as migalhas pelo caminho"
"Se o passado decidir seguir-te, dance e rodopie
"Vá, siga o vento! Escute a música e cante"

"Repita para si: descarregue no chão o que é pesado...
jogue nos ladrilhos o que não te serve mais"
"Siga a canção que um dia um violão perdido lhe trouxe..
e só deixei acontecer"
"Sem correntes ou lágrimas que puxam para baixo"
"Só a harmonia de uma poesia em desprendimento"

Eu ouço a canção e ela me falou
Para seguir em direção a esse seu futuro, meio presente...
pois já é hora do meu passado já não me deter mais.

Nada de importante, algo ainda não finalizado

Eu sigo a canção,

Ela me diz: deixa tudo para trás, deixe tudo para trás

A melodia ressoa, encanta e dissolve

Ela me diz: esqueça tudo, deixe as migalhas pelo caminho

Se o passado decidir seguir-te, dance e rodopie

Vá em direção ao vento e ao sol, repita a música e cante

Repita para si: descarregue no chão o que é pesado...
 jogue nos ladrinhos o que não te serve mais

Siga a canção que um violão perdido um dia lhe trouxe e só  deixe acontecer...

Sem correntes ou lágrimas que te puxam para baixo,

Só a harmonia de uma poesia de desprendimento

Indo em direção, a um presente meio futuro.. em que o passado já não me detêm mais

Dragão Antigo

Dragão antigo...
Leve-me deste lugar
onde só a frustração e desalento...
Desse cemitério de sonhos sepultados
desse poço de lágrimas contidas...

Dragão antigo.
guardião das memórias perdidas... dos versos ainda não pronunciados
Conte-me mais histórias...nobre amigo..
Eu anseio por outros horizontes, lugares ainda não imaginados
pois esta paisagem me sufoca.. já me comporta mais.

Dragão antigo. arcano emissor
Dilacere esta casca vazia, essa forma sem alma, esse corpo que já não sente dor
essa silhueta fraca já não sobrevive neste cenário
Inconformada com este estado estacionário...
Lhe peço, uma vez mais.. desça das nuvens e me carregue..alimente meu amor...

Florescimento

Eu queria que as lágrimas que caem, fossem substituídas pela chuva que verte do céu...
Eu queria que a frustração que me rasga, fosse encobrida pelo sorriso que floresce no encontro...
Eu queria tantas coisas.. mas pouco tenho obtido..
Por que o agora não me entende completamente, muito menos eu a ele.

Insurgente

Toma-me como bruxa, emissária da escuridão
Mas tão pouco conhece das verdades e histórias,
Dos contos e encantos
De outras épocas e cantos,
De mundos que tocavam a outros,
De véus e brumas, folhagens e especiarias...

Onde sob a luz da vela e da fogueira, abaixo do luar e da estrela
Mulheres e homens entendiam o sagrado,
como a extensão do coração da natureza
Onde o homem, pobre e errôneo,
não tomava o universo como tão minúsculo..
a ponto de residir em seu ego.


Deixe-me com minhas narrativas de lobos e heróis,
com o cheiro do incenso e a música em meu quarto...
deixe-me manusear os cristais e cantar sem receio.
Sob as páginas escritas,
nas quais transcritas passado e utopia,
sou livre para sonhar.

Encantamento

Pó de estrelas, mel e sal do mar

Traga o sentimento banido de volta ao lar

Centelha de raiva ou fulgor da decepção,  nada mais me assola

Porque não há nada, o que pensar;

Encanta a flor que desabrocha.. 

assopra a vela acesa diante de si e encha tua taça de contento 

Fecha-se o dia, apaga-se as luzes,

me abrace a noite, me envolva, me prenda a atenção

Traga um café forte ou uma bebida com um gelo

E uma melodia sem compromisso.. algo novo para contemplar

Pessoas normais me entendiam,

O que eu procuro,

Não há como explicar.

Quero um amor que me traga flores

Percebi recentemente que estou cansada de relacionamentos monótonos e retraídos. Estou em busca de algo mais intenso, vivo, expressivo... Quero um amor que me traga flores.

Você se acostuma ao posto de distração e não de companheira. Você se acostuma, a tentar agarrar-se a demonstrações tímidas e isoladas de carinho. Você se acostuma, mesmo sem querer, a beijos pedidos e abraços sem graça.


Você se acostuma a perdoar as falhas e erros do outro e não ser perdoada em troca. Conforma-se a chorar escondido, porque o outro não irá secar suas lágrimas. E por tanto se acostumar e se adaptar, esvazia-se por dentro.E como casca vazia, você segue a cada dia, entorpecida, e começa a se perder de si mesma.

Aos olhos do outro, é você que não muda por ele. Aquilo que te define, passa a ser visto como defeito, um incomodo. Aquilo que outrora atraia as pessoas a sua volta, é rotulado como impróprio, torna-se desagradável.

Então,certo dia, certa hora, as coisas mudam dentro de si. E você percebe que tem sonhos que dariam uma volta ao mundo se fossem transcritos em palavras. Agora, porém, eu só desejo alguém que me traga flores, aquelas que nunca recebi.


Eu anseio por mensagens de bom dia e boa noite. Quero surpresas e palavras de afeto. Quero abraços que guardam toda força do mundo e beijos que arrebatam e apaixonam a cada instante.

Desejo que aos olhos do outro, mesmo que eu seja imperfeita, que me sinta querida. E que o dilacerador medo de discutir minhas inseguranças ou o receio de não agradar não me limite, mas que a vontade de compartilhar e estar junto, seja mútua.

Eu quero alguém que me traga amanhãs, promessas e agoras. Que me ame em público,que me ame escondido, que fale alto ou sussurre aos meus ouvidos, que me desafie, irrite e me faça sorrir.

Se isto é querer muito, eu ainda não sei. O pouco que percebi é que ainda quero aquelas flores...

Perspectiva astral

Solitária estrela em prantos

Inunda o céu com tuas lágrimas em pó,

componha enfim a cadência em fios de prata

As Partículas da universo ainda convergem em probabilidades,

tuas chances de amar o instável cometa arcano,

fadado a transpor as galáxias e os mares dimensionais

Um talvez ser, um talvez estar,

o mesmo, estados opostos, presos ou livres

ao acaso sejam destinados,ou ao acaso nada está parado

Tudo se move, em perpétuo movimento

E estrela solitária ainda chora

Pois  o universo em sua mente ainda não colide com o real.

"The notes of your story are written in me"

O chamado do Mar

Uma parte de mim, anseia pela sua extensão e possibilidades

Outra, agarra-se firmemente ao pensamento de me perder em ti, e deixar de ser eu

Eu sinto as forças ancestrais me chamando para o seu interior, dançando a meu redor

perturbando meu centrado rumo, minha infante missão

Enquanto um sopro primal, sussurra em meu ouvido: “ se deixe levar pela corrente...”

Eu tento, desvio desse curso final.. me enlaço nas rochas pelo caminho, deixo os galhos se entrelaçarem em mim, deixo uma parte de mim retida em suas folhas

Mas os espíritos clamam a mim... “Ele te chama, ele te deseja”

E a chuva... Oh insolente chuva que me traí

No inicio da jornada, apoiava-me com tua força e graciosidade

Agora me empurra lascivamente cantarolando sob mim: “ não retenha sua força, ele ta aguarda para o enlace final... “ Ela me toca,intimamente me empurrando, instigando-me “Vês.. te darei  uma parte de mim.. retribua-a, deixei-se encantar”

Eu o vejo, o sinto em sua amplitude.. eu o desejo, eu o quero tanto

As vozes caçoam de mim, tento desviar o olhar “se deixe dominar...” 

elas cantam.. elas sabem, eu já o amo;

Eu tento retroceder, voltar-me ao que já passou... uma parte de mim tenta resistir..

Mas é tarde... eu já me perdi na bela imensidão azul da tua alma

E meu corpo e o teu já se abraçam.. eu tenho fome de você,eu cobiço a sua força..

Somos um e nada mais..

Undress Me

Ebony and Ivory

Fecha os olhos e busque o pulsar.. de dentro do seu peito... por de trás de sua respiração

Inerte, impura humanidade sem sonhos.. Ebano e marfim

Fomos assim esculpidos: Uma parcela de Luz atada eternamente as Trevas..

Contidos e presos em si...

Inverno com cheiro de primavera.. Chuva e arco-iris colidindo ao sol.

Fomos  concebidos  desta forma, seres de amor e dor

Nada mais de especial, além de mais alguns anjos sem asas...

 Fadados ao precípio e ao pó

Qual tua verdadeira face? Qual teu verdadeiro nome?

Banhados em imaculados pensamentos insanos...

Tão próprios.. tão meus.. tão seus...

E o universo se parte em gargalhadas: Qual tua natureza? Qual teu cerne?

Fale-me: Quem é você, verdadeiramente?

A song for this memories..